A verdadeira libertação emocional é quando nós temos o poder de escolher, o poder de dizer sim ou não, e essas escolhas devem nos levar a felicidade. Loretta
Loretta |
Karin |
O assunto desta matéria é a necessidade de algumas pessoas de ajudar de maneira compulsiva. Ainda que eu conheça pessoas que sempre tem desculpas prontas para não ajudar, existem outras que parecem depender de amigos e familiares para se sentirem úteis e amadas.
Esta matéria foi inspirada na entrevista realizada por Karim Davidson com Loreta Sparks, na qual comentaram sobre o vício que algumas pessoas têm de querer ajudar. Loreta, logo no início, ressaltou: – A verdadeira libertação emocional é quando nós temos o poder de escolher, o poder de dizer sim ou não, e essas escolhas devem nos levar a felicidade. Muitas vezes fazemos escolhas respondendo a exigências de outras pessoas.
Quando fazemos isso per-demos o poder que existe dentro de nós, pois, sentimos que estamos em um lugar onde não temos escolha e assumimos obrigações porque nos sentimos culpados ou porque as pessoas esperam aquilo de nós (afinal você sempre fez como dizer não agora?).
Sentimos-nos sem coragem de dizer o não, mas nos percebemos totalmente exauridos, explorados. Muitos de nós podemos perguntar: – O que tem de errado em ajudar os outros?
Um grande número de pessoas, quando ajuda os outros, está passando por cima de suas necessidades, não estão respeitando os seus limites e isso não é uma coisa boa. Loreta então diz que ela não é contra ajudar, que não sabe como as pessoas pode¬riam passar suas vidas sem receber e dar ajuda.
Então sabemos que precisamos de ajuda, mas ajudar compulsivamente quer dizer que sentimos as nossas energias sendo drenadas uma vez que, estamos esquecendo nossas necessidades, porque, muitas vezes, o outro precisa de ajuda de novo, de novo e de novo, e isso acaba gerando ressentimento em nós.
Algumas pessoas ficam tão acostumadas a pedir ajuda que não conseguem fazer as menores coisas sozinhas, não conseguem ter uma estabilidade física, emocional e financeira porque existe sempre alguém resolvendo a vida delas. E se perguntarmos para uma pessoa que tem o vicio de ajudar compulsivamente: – Por que você continua ajudando essa pessoa de novo e de novo, sabendo que ela não está conseguindo melhorar?
No geral, a resposta é sempre a mesma: – Eu me sinto culpada se não ajudar! E sentir culpa é tão horrível que acabo fazendo o que os outros pedem mesmo me sacrificando. Mas, no final, ao invés de se sentir bem, você acaba se percebendo ressentido porque sabe que está sendo explorado (ou se deixando explorar).
Como diferenciar esse comportamento, como saber quando ajudar é bom? E como saber se a culpa que estamos sentindo pode até ser algo bom porque ela apareceu quando resolvemos dizer não? Quando você faz alguma coisa negativa e sente culpa, é até algo apropriado, pois, essa culpa te ajuda a crescer.
Mas em certas circunstâncias a culpa é inapropriada, é mais um há¬bito do que um sentimento apropria¬do. Nesse caso, você se sente ressentido. Vamos dizer que conseguiu dizer não para uma amiga que queria que você a levasse ao shopping depois de um dia exaustivo de trabalho. No fundo sabe que dizer não foi a escolha certa, mas ainda assim sente-se culpada. Esta culpa é inapropriada e vai levar ao ressentimento, porque o que você fez foi por obrigação não por escolha.
Quando você sente uma culpa inapropriada, uma das coisas que ajuda fantasticamente é o EFT. Ele pode ajudar com a culpa que sente quando decide tomar atitudes diferentes, ou seja, dizer não.
– Como sei se me tornei um ajudante compulsivo?
Porque se souber o que é ajudar compulsivamente vou saber como parar. A pessoa que quer ajudar compulsivamente se sente obrigada a ir e resolver qualquer problema que apa-reça na frente dela. Ela sente que tem que fazer alguma coisa, que tem que consertar a situação, tem que ajudar mesmo que não lhe seja pedido. E na verdade o que ela está dizendo para o outro é: – Você é um incompetente, não dá conta de fazer isso e eu vou ter que vir e resolver a situação.
E quando falamos em ajudar compulsivamente, a pessoa não está fazendo isso pelo outro, na maioria das vezes, está fazendo simplesmente para poder controlar a própria ansiedade. Muitos de nós fomos programados para sentir muita ansiedade pois crescemos em um ambiente familiar cheio de problemas e brigas, e estas brigas dos nossos pais e irmãos, etc, acabaria nos afetando. Assim, apesar de terem se passado anos quando nos vemos frente a qualquer problema, imediatamente sentimos uma ansiedade muito grande crescendo dentro de nós.
Esta ansiedade pertence ao passado, mas, até percebermos isto continuaremos a sentir da mesma forma, tendo as mesmas reações. Então todas as vezes que vemos um problema, nos dispomos rapidamente a resolvê-lo e, ainda que, pensemos que estamos ajudando o outro ou que somos pessoas maravilhosas, muitos de nós, se prestarmos atenção, veremos que estamos ajudando porque não conseguimos conviver com a ansiedade.
Saímos correndo para ajudar o outro porque pensamos que se ajudarmos, o problema vai desaparecer rapidamente e não precisaremos continuar sentindo ansiedade. Algumas pessoas ajudam de maneira tão compulsiva que podem ter problemas financeiros por assumirem dívidas de outras pessoas. Ou então chegam a desenvolver problemas físicos porque estão realizando alguma atividade que não deveriam estar fazendo, como por exemplo: uma pessoa com problemas de coluna ajudando a tomar conta de três crianças.
Desenvolve também problemas emocionais, pois, acaba entrando em problemas onde nem foi chamada para ajudar, e as pessoas acabam ficando com raiva e se afastando. Depois de tudo você ainda sente que foi injustiçado, pois, só estava tentando ser útil. Quando nós evitamos que uma pessoa assuma as responsabilidades sobre seus erros, estamos impedindo o seu aprendizado, estamos incapacitando essa pessoa, tirando dela a chance de aprender.
E muitos de nós temos de passar por muitos aprendizados na vida, aprender como fazer nossas lições, como lidar com pessoas difíceis, aprender a assumir e cumprir compromissos, e quando não fazemos isto os problemas certamente chegarão até nós. O que pode ser feito para mudar este comportamento?
Ajudar compulsivamente é uma decisão da pessoa de não cuidar de si mesma, preferindo cuidar do outro. Uma das principais coisas a ser feita é ser verdadeiro com você mesmo, olhar para as razões que está tendo para ajudar de maneira compulsiva. Tudo no Universo tem semelhança. Se você ver uma árvore na rua sabe que ela irá crescer com todo poten-cial se for cuidada, se for tratada, adubada, regada, se ninguém sair dando chutes ou batendo coisas nela.
O ser humano segue a mesma linha de raciocínio. Um ser humano que é bem tratado, bem cuidado, recebe alimento, recebe o amor que precisa, também vai desenvolver seu potencial total. Portanto, precisamos estar também rodeados por um ambiente favorável para o nosso crescimento mental, físico e espiritual.
DISTORÇÃO NA PERCEPÇÃO DO AJUDANTE COMPULSIVO
O ajudante compulsivo tem uma distorção na percepção porque ele acha que está ajudando, resolvendo e salvando as pessoas, mas, na verdade, ele está se desgastando, se sentindo ressentido e muitas vezes irá tirar a oportunidade de outras pessoas de crescimento. Outra coisa que as pessoas podem fazer é escrever uma lista de coisas que deveriam ter feito por elas mesmas e não foram feitas.
Por exemplo: você tem ido ao médico para o seu check up habitual? Tem conseguido se cuidar e se exercitar de maneira efetiva? Você tem feito se alimentado bem? Tem tido tempo de fazer coisas para o seu lazer e sua saúde mental? Porque se você não está tendo tempo para fazer essas coisas é porque está cuidando de outras pessoas e aí já sabe que tem um problema.
E quando escrever esta lista de coisas que deveria estar fazendo, vai provavelmente começar a colocar alguns limites e vai ter de aprender a dizer não. A primeira coisa que você vai sentir quando começar a mudar as atitudes é culpa. Loretta então aconselha a fazer um exercício para facilitar e treinar novos comportamentos.
Escolha um dia na semana e durante aquele dia todo você não vai dizer sim para ninguém que te pedir ajuda, não vai se oferecer para ajudar de forma alguma e, no caso de alguém te pedir alguma coisa, vai responder: – Vou pensar no assunto e te dou uma resposta depois. A menos que seja uma resposta real¬mente negativa: – Vou estar viajando neste dia! Não tente dar uma resposta quando a pessoa estiver olhando para você e, pois, se sentira tremendamente tenta¬do a mais uma vez ser aquela pessoa maravilhosa que resolve o problema do outro.
Portanto, diga que vai pensar, e quando você estiver sozinho pergunte a si mesmo: a) Eu quero fazer isso, b) Eu posso fazer isso e c) Eu tenho o poder e a disponibilidade para fazer isso? E você precisa responder sim para as três perguntas para poder aceitar aquela tarefa. Se não respondeu sim aos três itens é porque está fazendo isso em desconsideração a si mesmo.
Pode ser desconsiderando o seu tempo, a sua saúde, pode ser até uma perda de dinheiro. Outra coisa para ficarmos alertas é quando uma pessoa chega até nós pedindo uma opinião e começamos a dar conselhos, buscando passar para essa pessoa toda a sabedoria que temos e ela vai respondendo: – É mas não dá certo assim. É mas o fulano não me deixa...É mas sou obrigada a fazer tudo o que não quero. É mais....
Então você pode estar certo de duas coisas: – primeira: essa pessoa não veio até você para que resolvesse o problema dela; – segunda: possivelmente ela já sabe o que fazer em relação ao problema, mas não gosta da solução.
Essa pessoa está num processo de negação, e, na verdade, não quer a resolução do problema. A maneira de evitar situações como essas é somente falar algu¬ma coisa quando ela te perguntar diretamente sobre o assunto. Fora isso quando ela estiver te contando um problema você vai ouvir e dizer: – É mesmo? Nossa, e o que você vai fazer para resolver isso? Como pode resolver isso?
Muitas vezes achamos que se alguém nos conta algo é para que resolvamos o problema para ela, que lhe ofereçamos a solução, mas, muitas vezes ela só quer desabafar ou simplesmente ser ouvida. Quando a pessoa que ajuda compulsivamente começar a fazer as mudanças sugeridas, ela vai descobrir duas coisas:
1. O quanto é difícil para ela não se meter na vida dos outros;
2. As pessoas são muito mais inteligentes e capazes do que ela imaginou.
Muitas pessoas querem apenas nos contar o que aconteceu com elas, querem que alguém seja testemunha do sofrimento pelo qual estão passando, porque, certas situações não podem ser mudadas, há coisas que não podem ser consertadas. A única coisa que podemos fazer é ouvir com muito amor e essa pessoa saberá que estamos lá para escutá-la e ajudá-la a encontrar o caminho para a resolução dos seus problemas.
Espero poder disponibilizar as rodadas de EFT em MP3 - para ajudar a dizer NÃO, até o final desta tarde.
Mude você e mudará seu mundo. Silvana
Karin : http://www.howtotap.com/
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