A ciência por trás do EFT
Enquanto o corpo (mente e cérebro) permanecem nesse estado de estresse, você envia sinais ao cérebro para que relaxe, batendo nos pontos de acupuntura, e o EFT, como já sabemos, diminui a resposta ao estresse
EDITORIAL: SILVANA PRADO
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Reconheço que tenho escrito demais sobre EFT, entretanto, conforme disse em matéria anterior, nunca vi nada trazer alívio físico e mental de forma tão rápida e permanente como essa técnica. Por isso quero que as pessoas conheçam mais sobre o assunto, porque, ao considerar o nível de sofrimento que vejo no APOIAR, percebo que com algo tão simples como o EFT é possível levar alívio a tantas pessoas que precisam.
Espero que nossos leitores possam reconhecer que essa técnica é um presente divino e, através dos exercícios que coloco no MENTE LIVRE todo mês, fico com a esperança de que as pessoas, mesmo não vindo às reuniões ou aos meus atendimentos, possam se beneficiar.
Alguns amigos já me escreveram dizendo que estão usando a técnica e obtendo resultados. O Sérgio e eu fazemos este jornal há 15 anos, e nesse tempo todo em que dedicamos horas e horas para produzir edições que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas, nossa alegria e retorno é saber que talvez conseguimos diminuir a dor de alguém.
Depois de conhecer o EFT, demorei dois anos para começar a usar a técnica porque eu achava que era algo bom demais para ser verdade. Aos poucos fui vendo que mesmo em casos gravíssimos, os resultados podiam ser muito além do que eu jamais poderia sonhar ou imaginar. Até hoje, três anos após, ainda fico surpresa com os resultados que os pacientes conseguem. Por essa razão, depois de ouvir uma palestra ministrada por um dos pesquisadores mais sérios da área da Psicologia da Energia, que inclui o EFT, fiz um resumo da palestra que se tornou este editorial.
David Feinstein, que deu a entrevista, narrou o seguinte: “Em uma série de estudos feitos em Harvard usando ressonância magnética para investigar o que acontecia no cérebro quando estimulado através dos pontos de acupuntura, foi constatado que, quando certos pontos são estimulados, ocorre diminuição da resposta da amígdala”.
O que isto quer dizer: quando uma pessoa está sofrendo de algum transtorno de ansiedade, incluindo TSPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), tal evento faz com que a amígdala — que é a parte do cérebro que detecta perigo e estresse — fique ligada no nível máximo. Seria o mesmo que estar num carro parado, mas com o pé afundado no acelerador. Mesmo a pessoa não estando em perigo, como está ocorrendo uma interpretação errônea da amígdala, o cérebro, liga o alarme de proteção, levando a pessoa a ficar constantemente experimentando a mesma química que experimentaria se estivesse em perigo mortal.
Isto pode acontecer por várias razões, mas o fato é que a pessoa concentra toda sua atenção no que está acontecendo e não consegue pensar em mais nada! Quando seu corpo acha que você está em perigo mortal (por exemplo, vamos dizer que uma pessoa esteve na guerra e quando ouve uma bombinha explodindo, é como se ela estivesse de volta ao local), é como se a memória o levasse de volta à guerra, é um “flash back” e corpo usará todos os recursos que tiver para salvar a sua vida.
O que acontece enquanto aplicamos o EFT é que levamos o paciente a recriar mentalmente o trauma ou memória na imaginação, e isso faz com que a amígdala se prepare para dar uma resposta ao estresse, o que leva o cérebro a ficar de maneira muito parecida à situação em que ele estava na época do trauma ou evento doloroso, num nível menor, mas em situação quase idêntica. Enquanto o corpo (mente e cérebro) permanecem nesse estado de estresse, você envia sinais ao cérebro para que relaxe, batendo nos pontos de acupuntura, e o EFT, como já sabemos, diminui a resposta ao estresse.
Assim o cérebro está recebendo mensagens opostas: de um lado a memória ou imagem do evento está fazendo a amígdala aumentar a resposta ao estresse e de outro lado o “tapping” (EFT) está diminuindo essa resposta. Não é preciso fazer o EFT por muito tempo, porque a resposta Fuja ou Lute (resposta de proteção durante emergências, você fica e luta ou foge), não consegue durar muitos minutos. Esta resposta é muito importante, pois um segundo pode fazer diferença entre vida e morte, então é uma resposta automática do cérebro e mais rápida do que processo do pensamento.
O cérebro, ao lidar com essas mensagens opostas, faz com que a resposta que diminui o estímulo estressante comece a predominar, e a pessoa continua a imaginar o evento, mas a resposta estressante não ocorre mais.
Da próxima vez que ela estiver na situação que a fazia se lembrar do trauma original, passa a não existir a resposta biológica; a pessoa pode ter a lembrança, ainda que seja uma lembrança muito triste, horrorosa, mas não vai haver a resposta fisiológica. Dessa forma, você permite que outras partes do cérebro se envolvam e processem a lembrança e dêem um novo significado a ela.
Essa é a razão pela qual muitas pessoas não conseguem sair de traumas somente com psicoterapia. Essas terapias onde você só conversa não têm condições de tocar (mudar) este nível de resposta física do corpo, mas quando você tem uma ferramenta como o EFT, que rapidamente intervém nesse nível de profundidade no cérebro, estamos literalmente mudando as conexões, e isto é comprovado cientificamente.
Essas mudanças acontecem muito rapidamente, e hoje esse processo tem o nome de neuroplasticidade, querendo dizer que o cérebro pode mudar de maneiras que não acreditávamos que fosse possível há dez anos. Usando o EFT, existe, portanto, muito mais possibilidades para intervenções simples e sem medicamentos, sem cirurgias.
Existem atualmente alguns estudos para determinar quais as melhores técnicas que ajudam nessa neuroplasticidade e o EFT está entre as quatro estudadas.
O EFT consegue desfazer a conexão entre o pensamento e a resposta causada pelo medo ou ansiedade, etc., e a pessoa consegue pensar no evento sem ter a resposta física, o que a deixa livre da memória do trauma.
Isso acontece porque temos um mecanismo programado para nos fazer sentir mais felizes. Existe dentro de nós uma força que quer curar a parte que foi agredida e não foi curada, e esse mecanismo nos leva a repetir o evento suprimido ou não curado, e esse evento não curado tende a reaparecer em sonhos, em flashes back. Podemos perceber isso quando uma mulher que, no passado sofreu abuso do pai, estando num local cheio de pessoas, vai escolher exatamente aquela pessoa que irá recriar aquele tipo de abuso para ela. Ela se casa com ele, pois é assim que ela terá a chance de curar a ferida emocional do passado. Temos um radar extraordinário que nos faz recriar experiências que não foram processadas, e uma vez curadas não existe mais a necessidade de serem revividas, pois perderam sua energia e seu poder.
EFT tem uma flexibilidade que a acupuntura não tem: você pode bater em alguns pontos; se não der certo, pode mudar os pontos, mudar a maneira como o problema é abordado, mudar a sequência. Você não pode fazer essas mudanças numa sessão de acupuntura com agulhas.
O que sabemos sobre o EFT é que ele leva o corpo a um reequilíbrio energético. Precisamos de mais estudos para entendermos mais os mecanismos de funcionamento do EFT, mas com o que temos neste momento já estamos fazendo maravilhas.
Portanto use abuse do EFT, porque não tem efeito colateral e faz efeito na hora.
